O verdadeiro significado da Páscoa
A Páscoa é uma das celebrações mais antigas e significativas na história do povo de Deus. No entanto, há diferenças marcantes entre a Páscoa judaica, a Páscoa como entendida popularmente hoje e a forma como os cristãos celebram a Ceia do Senhor.
1. A Origem Bíblica da Páscoa
A primeira Páscoa ocorreu no Egito, quando Deus libertou os israelitas da escravidão por meio de Moisés. Em Êxodo 12, Deus instrui Seu povo a sacrificar um cordeiro e marcar as portas de suas casas com seu sangue. Isso garantiria que o anjo da morte "passasse por cima" das casas dos israelitas, poupando seus primogênitos.
A palavra "Páscoa" vem do hebraico "Pesach", que significa "passagem". Assim, esse evento tornou-se um memorial da libertação do povo de Deus, comemorado anualmente pelos judeus.
O Cumprimento da Páscoa em Cristo
Com a vinda de Jesus, a Páscoa ganha um novo significado. No Novo Testamento, Cristo é chamado de o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). Sua morte na cruz representa a redenção definitiva da humanidade, cumprindo o propósito da Páscoa: não apenas livrar de uma escravidão terrena, mas da escravidão do pecado.
Quando Jesus celebra a Última Ceia com Seus discípulos, Ele estabelece um novo memorial: o pão e o vinho como símbolos de Seu corpo e sangue (Mateus 26:26-28). A partir de então, os cristãos passam a celebrar não mais a Páscoa judaica, mas a Ceia do Senhor, lembrando a nova aliança feita por meio de Seu sacrifício.
Os cristãos devem comemorar a páscoa?
Os cristãos não comemoram a Páscoa no sentido judaico, porque a Páscoa original apontava para Cristo, e Ele cumpriu completamente essa profecia. A antiga celebração dos cordeiros sacrificados foi substituída pelo sacrifício único e suficiente de Jesus na cruz.
Por isso, ao invés de observar a Páscoa com rituais judaicos, os cristãos celebram a Ceia do Senhor como ordenado por Cristo. A Ceia:
-
Relembra Seu sacrifício e a redenção dos pecados.
-
Simboliza a nova aliança estabelecida por Seu sangue.
-
Fortalece a comunhão entre os fiéis e reafirma sua fé na volta de Cristo.
Jesus ensinou: "Fazei isto em memória de mim" (Lucas 22:19), mostrando que a Ceia seria o memorial para Seu povo, e não mais a Páscoa judaica.
4. Símbolos popularmente usados e o comércio
Hoje, a Páscoa é amplamente associada a símbolos como ovos de chocolate e coelhos, que não têm relação com o significado bíblico da celebração. Esses elementos surgiram ao longo dos séculos e foram incorporados pela cultura popular, especialmente impulsionados pelo marketing e pelo comércio.
O coelho é tradicionalmente visto como um símbolo de fertilidade e renovação, enquanto os ovos representam o nascimento e a vida nova. Empresas do setor alimentício e comercial reforçaram essas imagens para promover vendas durante a época da Páscoa, tornando a data um grande período de consumo, especialmente de chocolates. No entanto, esses elementos não têm ligação com o evento original da libertação dos israelitas nem com a redenção em Cristo.
Conclusão
A Páscoa era uma sombra do que estava por vir: a verdadeira redenção por meio de Cristo. Assim, os cristãos não celebram a Páscoa como um evento judaico, mas sim a Ceia do Senhor, que representa a consumação do sacrifício do Cordeiro perfeito.
O verdadeiro significado da Páscoa não é apenas uma festa anual, mas a mensagem da libertação definitiva por meio de Jesus Cristo. Sua morte e ressurreição são o cumprimento da promessa, e por isso, a Ceia se torna o centro da lembrança cristã, em vez da celebração pascal.